Ivete Adavaí
23/09/2020
Parece que estamos sempre precisando de lembretes para que não nos afastemos do caminho que é para nós. São muitos atalhos, vários descaminhos, alguns becos sem saída, algumas ruas interditadas sem sinais apropriados, enfim, somente a bússola interior é que nos pode dar orientação, se estivermos atentos a ela.
Noto que a característica do ser humano de se apegar, de querer seguir, de se manter leal a uma causa, a uma coisa ou a outro ser humano pode servir de impedimento a que se siga o caminho apropriado. Em um momento tão significativo pelo qual estamos passando, é de se esperar que as pessoas busquem uma orientação porque ainda não conseguem confiar em sua bússola interior, e, na maioria das vezes, acredito, que nem saibam de sua existência. Portanto, parece até racional que tenham necessidade de um apego externo para balizarem a sua vida e continuar seguindo.
No entanto, embora seja útil buscar conhecimento, orientação e informação, a palavra final será sempre nossa, jamais do outro. Tornar-se membro das religiões organizadas deixou de ser o meio pelo qual as pessoas que procuram Deus optam. Todavia, parece que substituíram essa forma por outra, que julgam mais atraente, daí passaram a seguir gurus, “mestres”, pessoas com certo conhecimento de alguma doutrina da moda, youtubers, canalizadores, professores, místicos, escolas, grupos, enfim qualquer coisa que acreditem possa dar-lhes a orientação de que precisam. É fato que temos dentro de nós todo o conhecimento de que precisamos, mas como as águas do rio, muitas vezes temos que ter um vasilhame para tirá-la de lá. Tudo aquilo que aprendemos serve de meio para atingirmos o conhecimento real que é aquele que trazemos conosco.
Dito isso, alguém poderia perguntar: Então, é errado buscarmos o conhecimento, uma vez que já o temos em nós? Claro que não, embora haja quem acredite que sim. Lembro-me de uma citação bíblica que diz: “Certificai-vos de todas as coisas; apegai-vos ao que é excelente” (1 Tessalonicenses 5:21), o que nos dá um bom respaldo para obtermos o conhecimento de várias fontes e retermos somente aquilo que fizer sintonia conosco.
Estamos nos modificando a cada segundo, em todos os sentidos, logo, não somos as mesmas pessoas que fomos ontem, na semana passada, há cinco anos, porque não é apenas o nosso corpo físico que se regenera periodicamente, todos os nossos corpos, nosso inteiro ser é modificado, com as novas aquisições, a expansão de nossa consciência, a substituição das crenças limitantes por outras mais apropriadas, a cura de certos aspectos emocionais, modos de pensar mais abrangentes etc.
Ao sentir ressonância com alguma mensagem não significa que temos que acreditar e seguir tudo o que aquele canalizador/ser de luz diz, porque os mais sensatos já advertem que só devemos nos apropriar daquilo que ressoar conosco, o que não o fizer, devemos deixar de lado. Mas, temos uma tendência, como já comentamos, de ser seguidores, então, mesmo que certas informações não nos digam respeito, nos obrigamos a seguir porque foi aquele canalizador/ser de luz quem informou e deixamos de ser ponderados, partindo para os velhos e desnecessários apegos.
Estamos iniciando a Era de Aquário, da libertação, individuação, solidariedade, amizade, amor incondicional, e tantas outras características e, por isso, somos livres para pensar, ser, seguir as advertências do nosso Eu Superior (se dermos espaço a ele), e não precisamos mais ficar na dependência de algo que nos seja externo, porque a ascensão é a meta geral, mas o desenvolvimento é individual, daí não podermos ficar à mercê de algo ou alguém, por mais que os reverenciemos. Somos seres de luz também! Temos tudo o que os demais seres de luz têm, acrescidos desta maravilhosa biologia. Eles não cansam de nos dizer isso, então, por que nos comportamos ainda como criancinhas que dependem dos pais para tudo? Precisamos exercer nossa autonomia e os nossos tempos estão exigindo isso de cada um de nós. Não podemos mais ficar esperando que alguém venha nos salvar, dizer o que devemos fazer ou como devemos levar nossa vida. Precisamos nos apropriar de nós mesmos, dar espaço para que o nosso Eu Maior possa se manifestar em nossa vida cotidiana, como ocorria nos tempos antigos, mas agora, de uma maneira mais aprimorada, porque acumulamos experiências de muitas vidas e somos mais completos. Vimos para a Terra neste período para quê, mesmo? Se não fosse para colaborar com a nossa energia, nossos potenciais, nossas características tão peculiares, por que fomos selecionados? Não vamos desperdiçar esta magnifica oportunidade de contribuir com o aquilo que somos para o bem maior de todos, digo de todos, porque é assim que funciona: à medida que fazemos por nós o fazemos também para o todo.
O momento é desafiador, portanto, temos a chance de sermos úteis e fazer aquilo que vimos fazer, cocriar para a Consciência Universal, Fonte Criadora, Deus, Universo, como quiserem chamar, porque somos representantes divinos e se estamos aqui não é por acaso. Precisamos continuar confiando, sendo perseverantes, nada de desistir, porque é justamente antes do amanhecer que o dia fica mais escuro.
Vamos!
Ivete Adavaí – adavai@me.com – www.adavaiwordpress.com
(23 de setembro de 2020)