(Artigo de Ivete Adavaí)
Mais um ano que se encerra. Uns dizem que este foi o ano 3 da Nova Era, já outros defendem o ano 2. Para mim pouco importa saber qual ano estamos concluindo agora, porque me parece muito linear, tendo em vista o encaminhamento do processo ascensional. Vimos de tudo um pouco, e às vezes muito, em todos os níveis da trajetória humana. Parece que nada ficou oculto em se tratando de nações, questões empresariais e até problemas pessoais. Vimos o mundo mergulhando em muitas guerras localizadas e até o alarme falso e leviano de que estaríamos entrando em uma terceira guerra mundial. Além das calamidades devidas a fenômenos naturais até aquelas patrocinadas pela ganância do ser humano, que a despeito da segurança de muitos, preferem obter ganhos absurdos em uma escalada irracional e sem limites.
Os grandes lembretes continuam sendo ouvir o nosso coração, domesticar o ego tanto quanto possível, colocar o discernimento como condutor de nossas ações e principalmente aplicar o que se aprendeu. Percebo uma busca incessante por novos conteúdos (novas mensagens, canalizações, leituras…) no entanto, eu não sei se essa busca frenética por informações corre em paralelo com a utilização desse conhecimento, colocando-o em prática. Isso porque de nada adianta ter uma cabeça cheia se não conseguimos atingir a sabedoria necessária para sermos bem sucedidos nesses tempos decisivos, de evolução humana e ascensão da consciência.
Sabemos que não será da noite para o dia que a humanidade vai aprender todas as lições. No entanto, uns se lançam à frente e terminam dando o exemplo de como ser, agir e pensar certas questões. Parece-me que um dos grandes aprendizados, principalmente neste momento em que se fala tanto em ascensão coletiva, é mudarmos o modo competitivo pelo colaborativo. As pessoas parecem estar tão aclimatadas à competividade que se lançam por aí, em competição frenética, sem que haja realmente necessidade de partir para isso, apenas no afã de fazer mais, ganhar alguma aposta, sair na frente do outro, como se a escassez ainda fosse a sua crença central. É um verdadeiro nonsense, alguém que diz estar no caminho evolutivo ainda gastar energia com a competitividade, quando até as grandes empresas modernas já descobriram que vale mais a cooperação que a competição entre todos. Mas, como sabemos, dá-se um passo de cada vez, e como um ajuda ao outro, aquele que já consegue viver à margem dessa energia antiga certamente contribui para os que ainda se alimentam em ser competitivos.
Gosto de ser lembrada de que sou um ser espiritual vivendo uma experiência humana, sem aquelas maldições de determinadas religiões, que ainda insistem em fazer crer aos menos avisados que somos pecadores, impenitentes e por isso estamos em um lugar perturbador como este. No entanto, venho observando que as pessoas, muitas vezes, levam essa verdade às últimas consequências, quando pregam o total alijamento dos seres de luz, argumentando que não precisamos deles. Tudo bem, cada um age conforme lhe manda a sua consciência, mas como estamos enfrentando muita coisa inédita em termos universais, conforme somos informados, e que a ascensão da humanidade ocorre em grupo, porque segundo dizem, foi este o nosso acordo original, tenho dificuldade em entender essa orientação de não buscarmos ajudas do reino invisível. Isso me soa como mais uma tentativa do ego em se mostrar travestido de uma “boa ideia”. Os mestres, os anjos, os seres de luz em geral estão sempre nos exortando a invocá-los, visto que estão a uma respiração de distância de nós, que estão muito satisfeitos com a atuação da humanidade neste evento, que deixa de ser local (Terra) para se refletir em todo o Omniverso, e que eles mesmos estão não só interessados em nos apoiar como também evoluem a partir dessa ajuda… que eu só posso crer que se trata de uma grande pilhéria egoica para não perder o velho protagonismo.
Muitos parecem estar sempre em busca de informações, “novidades”, apegos desnecessários a algo que seja imutável e que lhes dê uma certeza tranquila de que nada mais vai precisar ser feito para que se consiga atingir a meta. Esquecem-se da própria característica da vida que é a mudança, tudo o que é vivo tende para isso, é inerente à vida, mesmo que tenhamos que sair da nossa zona de conforto milhares de vezes. Com frequência, acho que essas pessoas acreditam que simplesmente pelo fato de lerem ou ouvirem algo ligado à espiritualidade, já seja o suficiente para catapultá-los à 5D, que não seja necessário usar o conhecimento, aplicando o que se aprendeu, usar de discernimento, enfim, como se ler ou ouvir bastasse para suprir as necessidades de se manter no caminho.
Vamos testemunhar a chegada de mais um ano e a continuação do processo infinito da ascensão. Espero que todos possamos continuar no caminho que acreditamos ser o nosso e que nos atualizemos à medida que recebemos as infusões de energia de que precisamos para alcançar o nosso propósito ao encarnarmos na Terra neste momento tão especial. Precisamos de muita confiança, perseverança e disposição para seguir o que o nosso coração mandar, sem jamais perder o foco necessário. Tempos difíceis, porém maravilhosos. A dualidade que se despede do seu jeito, e quem tem olhos para ver além do óbvio, pode se alegrar em perceber que tudo se encaminha para uma vitória espetacular e quiçá inédita nesse tipo de fenômeno espiritual. Que todos possamos estar sintonizados com a nossa família anímica para nos ajudarmos mutuamente, ainda que seja em espírito, no momento. O tempo nos trará tudo de que necessitamos para cumprir o nosso papel e a nossa jornada com êxito, porque a promessa é que prevaleceremos. Eu confio nisso.
Ivete Adavaí Brito – 26 de dezembro de 2016.